terça-feira, 8 de março de 2011
As chagas ainda sangram.
Eu não sei mais o que sinto.
São tantos os sentimentos, misturam-se.
Tenho saudade, medo, solidão.
Minha alma é também alegria, euforia e juventude.
Tantas vezes eu penso que poderia ser diferente.
Que tudo poderia ser novo, belo e suave.
Que não precisaria existirem trevas e nem inveja.
Que a sinceridade fosse um código social.
Mas o mundo faz soar sonatas de dor.
E deus não parece se importar com a fome,
com injustiça, com a guerra e a crueldade.
O bezerro de ouro ainda está lá, a rir-se dos que ainda tem fé.
O mundo é um mar de sentimentos.
Sentimentos sem cor.
Sentimentos com cor demais.
Sentimentos que ainda não sumiram de todo,
e mesmo que tudo pareça cair, ainda há o que se mantém, firme.
Não há lugar para lamúrias,
Para abraços desprovidos de interesse,
o amor está a caminhar disfarçado, sem que possamos vê-lo.
Mas ainda não acabou, há o que sentir.
As chagas ainda sangram.
A cruz e o crucificado ainda encaram sem piedade.
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