o mundo pesa,
às vezes sinto-o pesar,
e como sou bobo,
peso junto dele.
e vamos os dois, pesados,
tristes muitas vezes,
o mundo e eu,
vivendo, morrendo e renascendo todos os dias,
em fogo, em água,
lágrima e amor,
há amor, ainda bem.
quarta-feira, 30 de setembro de 2015
sábado, 26 de setembro de 2015
terça-feira, 8 de setembro de 2015
procuro
nesta noite incauta
fria
de margaridas congeladas no jardim
uma canção, um poema, uma palavra
um gesto
um passo
uma sílaba ou melodia
que me devolva o sossego
a paz que há uns dias perdi
folheio
livros e papéis velhos
há de haver algo aqui, um verso
uma lembrança, uma saudade
qualquer
sedativo
nenhuma das vozes habituais
pode
me consolar
nem Camões nem Pessoa nem Sophia
nem Florbela, minha amargura preferida
reviro-me
tento me despir dessa pele de gelo
e medo
que cobre meus pelos
uma dor
o inverno nos enganou
agosto foi quente e doce
muitos dias de sol e mudas de amor-perfeito
plantadas no vaso frágil da minha vida
mas veio setembro
e como são tempos demoníacos
tudo mudou e a luz da ternura se desacendeu
partiste
cometa de cauda longa
rastro luminoso
rota difusa
e corpo dissonante
suave serpente de libido sibilando prazer
e cá fiquei então
em pedacinhos
a tomar chá
sozinho
amando novamente como nunca quis
procuro
no silêncio robusto
desta noite invernal
os teus olhos o teu corpo o teu cheiro
frio é o inferno sem ti
estes versos
que são como vômito
escarro
ou pranto magoado de orgulho
não me consolam
nem fecham a ferida que abriste
sangrarei por muitos séculos
ainda
até que no maledicente céu das vivências
nasça outro cometa
e o meu corpo gelado e inerte acostumado
aos ventos e à ausência
desperte
em lava e gemidos
contente.
nesta noite incauta
fria
de margaridas congeladas no jardim
uma canção, um poema, uma palavra
um gesto
um passo
uma sílaba ou melodia
que me devolva o sossego
a paz que há uns dias perdi
folheio
livros e papéis velhos
há de haver algo aqui, um verso
uma lembrança, uma saudade
qualquer
sedativo
nenhuma das vozes habituais
pode
me consolar
nem Camões nem Pessoa nem Sophia
nem Florbela, minha amargura preferida
reviro-me
tento me despir dessa pele de gelo
e medo
que cobre meus pelos
uma dor
o inverno nos enganou
agosto foi quente e doce
muitos dias de sol e mudas de amor-perfeito
plantadas no vaso frágil da minha vida
mas veio setembro
e como são tempos demoníacos
tudo mudou e a luz da ternura se desacendeu
partiste
cometa de cauda longa
rastro luminoso
rota difusa
e corpo dissonante
suave serpente de libido sibilando prazer
e cá fiquei então
em pedacinhos
a tomar chá
sozinho
amando novamente como nunca quis
procuro
no silêncio robusto
desta noite invernal
os teus olhos o teu corpo o teu cheiro
frio é o inferno sem ti
estes versos
que são como vômito
escarro
ou pranto magoado de orgulho
não me consolam
nem fecham a ferida que abriste
sangrarei por muitos séculos
ainda
até que no maledicente céu das vivências
nasça outro cometa
e o meu corpo gelado e inerte acostumado
aos ventos e à ausência
desperte
em lava e gemidos
contente.
segunda-feira, 7 de setembro de 2015
IL PLEURE DANS MON COEUR (Paul Verlaine)
Il pleure dans mon coeur
Comme il pleut sur la ville;
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon coeur?
Ô bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits!
Pour un coeur qui s'ennuie,
Ô le chant de la pluie!
Il pleure sans raison
Dans ce coeur qui s'écoeure.
Quoi ! nulle trahison?
Ce deuil est sans raison.
C'est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi
Sans amour et sans haine
Mon coeur a tant de peine!
Comme il pleut sur la ville;
Quelle est cette langueur
Qui pénètre mon coeur?
Ô bruit doux de la pluie
Par terre et sur les toits!
Pour un coeur qui s'ennuie,
Ô le chant de la pluie!
Il pleure sans raison
Dans ce coeur qui s'écoeure.
Quoi ! nulle trahison?
Ce deuil est sans raison.
C'est bien la pire peine
De ne savoir pourquoi
Sans amour et sans haine
Mon coeur a tant de peine!
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