sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Sem você,...................................................................solidão.


Maior dor é ter saudade de algo não vivido, supostamente.
Não vivido na esfera do real momentâneo. Não sentido pelo corpo que habito no presente.
Mas bem sei e tu também, que não só de um corpo vive uma alma.
Elas vivem de muitos deles. Ao longo daquilo que o homem chama de tempo.

Fecho os olhos e lembro de tempos há muito idos.
Vejo campos amarelados, cobertos por uma relva selvagem, intocada.
Vejo-me a correr, lançar-me sobre ti e tudo se faz real novamente.
Vejo-te ao meu lado, não tão distante quanto hoje.

Para ti fiz-me solitário.
Para ti coloquei-me sobre a torre dos sonhos
Sobre o alpendre da sanidade
Sob o silêncio das serenatas
A torre parece alva, alta, lança-se ao céu.
Não sou a donzela de tranças longas que te espera com muita esperança.
Não sou alma inocente, indulgente para com a esperança.

Sou o solitário da madrugada
O único.
A ouvir o que mais ninguém quer ouvir.
Sou o uivo inquietante
Silêncio sem silêncio concedido.

E tu, que te sinto tão longe, a habitar esferas longínquas
Vejo-te ou sinto-te bem aqui. 
Seja através de um vento não natural que me balança os cabelos.
Seja no calor da madrugada vazia.
Te vejo a espreitar-me, talvez não sabes que sei.
A saudade não mata, nem consola. 
Sem você,






solidão.



2 comentários:

  1. Olá amigo,pro fundo da alma humana.Parabéns!

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  2. uhuuullll!!!! é assim q se faz um grande poeta.... na dor, na dor profunda do ser, pq poeta nao se faz na alegria, ele passa por ela mas inicia-se na saudade, solidão, carência, desprezo e de tudo q faz nosso "comboio de corda", o coração, chorar...
    Parabéns amigo e q essa seja a primeira de mtas poesias de quem admiro muito mesmo.

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