nesta manhã
quando tudo era névoa e perda
uma borboleta
pousou
na minha omoplata esquerda
sim, uma borboleta amarela
daquelas de jardim
de quando o tempo é morno
e as nuvens flutuam em torvelinho
e onde antes havia uma cratera
uma ferida exposta
sangue coalhado
lágrima e dor
nasceu uma flor
e a borboleta talvez retorne amanhã
ou outro dia
já que foi ela
alma de aquarela
que trouxera
em suas asas
a cura
o pólen
a seiva
a semente
ou o esperma
a fantasia
que fez renascer em mim a alegria
e me despertou de toda afasia.
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