mesmo sonhadora,
é esta minha.
E cada dia,
com passos e descompassos,
pisando levemente,
sendo pisado, por sua vez,
sem tanta leveza,
forçado,
muitas vezes,
a ter que ver sem o querer,
sentir coisas que sempre abominava,
colher frutos nada doces ao meu paladar metafísico.
Envolto em névoa,
mesmo que seja eu o dono do cajado e da barca,
mesmo que seja eu o sacerdote que dissipa as brumas,
ainda sou o rapaz,
estrangeiro,
do longe,
que tem dentro de si, ainda meiguice,
coisas adolescentes que ainda brotam,
sonhos e por vezes, só sonhos.
Mas já não é a mesma Avalon que espreito,
esta está distante e quieta.
Distancio as portas brumosas e vejo,
terras sozinhas,
atormentadas por seres da madrugada,
que depois do crepúsculo,
gritam rezas para um deus já morto.
Fujo.
Fujo para dentro de mim.
E na esperança de encontrar o calor de antes,
abraço,
sem escolha e sem companhia,
o frio da noite vazia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário