quinta-feira, 23 de junho de 2011

Sinal fechado



Ando desencantado,
calado,
metido comigo,
sem dizer muito,
somente o que não dói.
Ando passeando,
no parque,
na beira do rio,
com os pensamentos distantes,
apáticos,
embora,
as canções que ouço só me lembrem nostalgia,
cantando sobre amores platônicos,
corações partidos, sem nada, no vacuo...
É difícil sair deste mar de melancolia...
Meu coração já não voa tão alto,
ando desencantado,
as esperanças tornam-se medíocres.
Apaixonar-se talvez fosse uma solução,
mas o sinal parece estar fechado todo o tempo,
não há direito ao caminho, ao prosseguir,
aos dias mais primaveris,
minha alma continua no inverno,
a gelar-se,
sem encanto.
A dores da última paixão ainda latejam,
ainda sobrevivem,
persistem e fazem-me prisioneiro da neve.
Ando desencantado,
sem direito ao caminho,
o sinal continua fechado.

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