em que me deixo cair
de braços, pernas,
dorso, queixo e sentimentos...
Os meus pesares, passos e desejos,
renuncio-vos relâmpago,
por uma noite,
esqueço-os e guardo-os nas minhas gavetas.
É um pender de corpo-todo, alma e mente,
que é amigo nas horas que precisamos do nosso Silêncio.
Recolho-me, deito-me, mergulho esquecido de mim,
deles, de ti, meu querido, e de toda a estrada, da poeira, dos furacões.
Fecho as cortinas.
A única luz que vejo é a corajosa
e petulante luz do fim do dia,
que já assim fraquinha
diz-me versos tranquilos musicados
por párodos passarinhos
que dependurados nos telhados
me cantam o dormir do sol.
O sol vai deitar-se no colo do ocidente.
Eu, hei de cair onde os sonhos são gentis
e a realidade é delicada, doce,
como as amoras que eu colhia na infância.
Poema escrito em 14 de março de 2012, em Coimbra.
Nenhum comentário:
Postar um comentário