segunda-feira, 9 de abril de 2012
O rapto de Ganímedes.
Absorto nos seus pensamentos,
puro nos gestos,
o jovem rapaz balançavam seu corpo
sem se dar conta do que provocava
nos olhos atentos do deus.
Zeus,
o deus das suaves mãos,
as mesmas mãos que
açoitam o mundo com seus trovões,
não resistiu perante
às curvas de um jovem homem,
um dos mais belos príncipes de Tróia.
O deus deixou que sua saliva escorresse,
seu desejo gritasse sem que em nada mais pensasse.
Suas mãos apertavam-se, ansiosas,
E sem se dar conta já não era mais um deus,
um deus em forma de deus,
era um imenso e grande corvo,
o maior que já se viu,
voando sobre os céus da velha
e ainda acesa Tróia.
Suas mãos, convertidas em garras,
desejavam aquele corpo macio,
branco como a lã das ovelhas,
delicado, mas másculo.
O jovem mal pôde resistir,
como resistir?
As garras do infrene pássaro
apossaram-se do corpo do príncipe,
que corria sobre o prado junto dos rebanhos.
Os olhos de Ganímedes viam nuvens de todas as cores.
Zeus, tendo voltado à sua forma,
já sobre os lençóis do Olimpo,
beijou o príncipe troiano nos lábios,
poucas vezes havia visto tamanha beleza,
nem o pescoço de Hera,
nem os seios de Alcmena
ou as pernas de uma ninfa.
Puxou-o para si e o possuiu.
O pai dos deuses,
que tudo podia e a tudo tinha,
sentiu-se ainda mais forte,
seu poder parecia maior...
O poder comparado a uma torre firme,
que se ergue com o sangue do desejo.
São nestes momentos,
quando nos braços tem um mortal,
que Zeus se aproxima de ser aquilo
que todos os deuses invejam...
Querem todos eles sentir o que nós,
humanos, sentimos...
Sentir o medo, o calor da vida,
da vida que um dia parte
e por isso mesmo, a vida torna-se mais viva.
Ganímedes sorriu feliz com seus olhos adolescentes.
Não mais lembrava dos castelos de Tróia,
das tardes de verão ou das ovelhas.
Seus olhos fecharam-se
e adormeceram, piscandodoçura.
Encantado, como se fora um anjo,
adormeceu sobre as coxas de Zeus.
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