tenho de confessar:
perder-me-ia para sempre
no castanho mágico dos teus olhos,
no castanho mágico dos teus olhos,
que é como a cor da terra onde nos amamos
- a Ibéria tem a cor do couro de um boi,
disse um outro poeta.
perder-me-ia, pela eternidade à fora,
sem contar as horas,
na brancura do teu corpo
que me volta à lembrança
quando vejo a espuma do mar
que chega à praia nas manhãs mais frias.
hoje,
hoje,
estou à deriva,
à procura de outros olhos que me abracem,
de um outro mar que me engula,
cansei de ser porto,
atracadouro,
de um outro mar que me engula,
cansei de ser porto,
atracadouro,
de ver gente passando por mim
e lançando lenços de adeus!
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