quinta-feira, 24 de julho de 2014

teu rosto sombrio
me assombra

ainda

e essas sombras todas
que o vento sul
traz de tão longe

silvos nuvens desfeitas
dedos frios de ar
brotados de calotas da remota Antártida

entram-me pela blusa
tocam sem cuidado
o meu corpo breve
e a minha delicadeza exposta

roda dos ventos
de braços abertos,
os mamilos arrepiados,
onde se partem direções
leste oste sul

e norte, para onde tu sempre voltas
os teus olhos,
solidão!


( C. Berndt) 

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