apago as luzes
de dentro
para que brilhem
só
as de fora
as que invejo
as que me inspiram
regulus, denébola,
antares, miliphen, sirius
alcyone
e tantas outras que eu não sei nomear
cintilam
flamejam
miram-me
como se fossem olhos
eternos
ternos
internos
que perpassam a distância infinita que há entre nós
olhos de éter
profundos
celestes
amáveis
terríveis
verdadeiro espelho
onde hoje decidi me mirar
quem sabe um dia eu seja também luz
olhos
luzes impossíveis
que me dizem coisas intraduzíveis
apago-me
em paz e em humildade
baixo enfim
o pano de outro dia
em que ando
bebo água
como pão
perdoo
e tento, tento, nunca em vão, aprender a amar,
ao meu ainda escuro coração iluminar.
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