Segue o teu destino,
Rega as tuas plantas,
Ama as tuas rosas.
O resto é a sombra
De árvores alheias.
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos.
Só nós somos sempre
Iguais a nós-proprios.
Suave é viver só.
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente.
Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses.
Vê de longe a vida.
Nunca a interrogues.
Ela nada pode
Dizer-te. A resposta
Está além dos deuses.
Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração.
Os deuses são deuses
Porque não se pensam.
Ricardo Reis, in "Odes"
Heterónimo de Fernando Pessoa
sábado, 31 de dezembro de 2011
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
You are my sunshine.
Inesquecível na voz de Johnny Cash.
'' The other night, dear, as i lay sleeping
I dreamed i held you in my arms
When i awoke, dear, i was mistaken
So i hung my head and cried...
You are my sunshine, my only sunshine
You make me happy when skies are grey
You'll never know, dear, how much i love you
Please don't take my sunshine away... ''
segunda-feira, 26 de dezembro de 2011
Sogno - Patty Pravo
'' Os amores impossíveis não acabam nunca. São aqueles que duram para sempre.''
Uma bela canção que faz parte da trilha sonora do filme italiano '' Mine vaganti'', dirigido por Ferzan Ozpetek. Em português o filme chama-se '' O primeiro que disse''.
domingo, 25 de dezembro de 2011
Soneto da Separação/ Bom dia, Tristeza / Olhos nos olhos
''
Se chegue, tristeza
Se sente comigo ...
Me dê o seu ombro
Que é para eu chorar
Chorar de tristeza
Tristeza de amar ''
Composição: Vinícius de Moraes ( muito famosa na voz de Maysa).
Soneto da separação
Vinícius de Morais
De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez o drama.
De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Olhos nos olhos
Chico Buarque.
''
Quando talvez precisar de mim,
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos... ''
Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim.
Olhos nos olhos... ''
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Idolatrando a dúvida.
Este 'poema' declamado por Abujamra é, na verdade, um pequeno trecho retirado do livro 'Cartas a um jovem poeta', do escritor alemão Rainer Maria Rilke.
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sábado, 17 de dezembro de 2011
Viver a dúvida.
Me encantaste,
Tanto e nem imaginas,
Não imaginas quantas noites eu gasto a pensar em ti,
a lembrar,
a tentar sentir novamente o teu cheiro,
sentir novamente aquela sensação de quando me apertavas contra teu peito
e eu me sentia teu, me sentia protegido e amado,
esquecia-me do mundo, do passado e do futuro,
Esquecia-me de tudo porque estava contigo.
Tu te perdeste,
E te perdes todos os dias na minha saudade,
Eu te perco,
Eu me perco tentando encontrar-te,
perco-me a tentar dar vida material para o que são agora só lembranças.
Oh, se imaginasses o quanto eu choro,
O quanto eu rogo para que o futuro não seja mal,
O quanto eu quero que tenhamos sorte,
Que eu tenha sorte e possa te ter novamente...
Eu não consigo olhar para os outros homens,
em todos eles eu te procuro,
E se algum deles me lança um olhar,
eu quero que sejam os teus olhos castanhos e lindos
a mirarem meu rosto melancólico,
se um deles se aproxima,
quero que seja tu a me tocar, me puxar para ti,
dizer que tudo acabou, que vamos ficar juntos,
Que me amas,
apenas tiveste medo de o dizer,
como eu tive.
Eu não posso amar outro,
não seria amor,
eu viveria de comparações,
tentaria fitar os teus olhos
mas eles já não seriam os teus.
Perco-me,
prefiro assim, perder-me mesmo nos desertos das minhas lágrimas,
lágrimas abstratas, ou não,
Prefiro ficar aqui,
pensando, lembrando e sonhando com a minha metafísica...
Sozinho e de negro, em alma,
decido assim,
pelo menos por enquanto,
perder-me,
perder-me na dúvida,
no ''não dito'', no obscuro.
É, dá-me margem para fechar os olhos
e chorar com saudade boa,
com o coração aberto,
acreditando.
Passo a idolatrar as minhas dúvidas,
vivê-las,
torná-las parte de mim.
Tenho medo das respostas,
medo de não de poder vivê-las.
Tanto e nem imaginas,
Não imaginas quantas noites eu gasto a pensar em ti,
a lembrar,
a tentar sentir novamente o teu cheiro,
sentir novamente aquela sensação de quando me apertavas contra teu peito
e eu me sentia teu, me sentia protegido e amado,
esquecia-me do mundo, do passado e do futuro,
Esquecia-me de tudo porque estava contigo.
Tu te perdeste,
E te perdes todos os dias na minha saudade,
Eu te perco,
Eu me perco tentando encontrar-te,
perco-me a tentar dar vida material para o que são agora só lembranças.
Oh, se imaginasses o quanto eu choro,
O quanto eu rogo para que o futuro não seja mal,
O quanto eu quero que tenhamos sorte,
Que eu tenha sorte e possa te ter novamente...
Eu não consigo olhar para os outros homens,
em todos eles eu te procuro,
E se algum deles me lança um olhar,
eu quero que sejam os teus olhos castanhos e lindos
a mirarem meu rosto melancólico,
se um deles se aproxima,
quero que seja tu a me tocar, me puxar para ti,
dizer que tudo acabou, que vamos ficar juntos,
Que me amas,
apenas tiveste medo de o dizer,
como eu tive.
Eu não posso amar outro,
não seria amor,
eu viveria de comparações,
tentaria fitar os teus olhos
mas eles já não seriam os teus.
Perco-me,
prefiro assim, perder-me mesmo nos desertos das minhas lágrimas,
lágrimas abstratas, ou não,
Prefiro ficar aqui,
pensando, lembrando e sonhando com a minha metafísica...
Sozinho e de negro, em alma,
decido assim,
pelo menos por enquanto,
perder-me,
perder-me na dúvida,
no ''não dito'', no obscuro.
É, dá-me margem para fechar os olhos
e chorar com saudade boa,
com o coração aberto,
acreditando.
Passo a idolatrar as minhas dúvidas,
vivê-las,
torná-las parte de mim.
Tenho medo das respostas,
medo de não de poder vivê-las.
Thinking of You
'' Comparisons are easily done
Once you've had a taste of perfection
Like an apple hanging from a tree
I picked the ripest one
I still got the seed
...
Oh I wish that I
Was looking into your...
Your eyes
Looking into your eyes
Looking into your eyes
Oh won't you walk through
And bust in the door and
Take me away
Oh no more mistakes
Cause in your eyes I'd like to stay
Stay... ''
quarta-feira, 14 de dezembro de 2011
Norte.
Face estampada todos os dias,
exaustivamente na abóbada do meu templo,
meu templo ornado com os lírios mais belos e raros,
cheio de luz e recluso,
só meu de lembrança,
onde deito para chorar e ter certeza de que não estás.
Tua face colada na abóbada dos meus olhos,
para onde quer que eu olhe, eu vejo-te.
Vejo-te,
não mais com a presença calorosa de antes
que me amava e fazia-me crer nas belezas do mundo,
Me apareces agora como uma estrela polar,
distante e perdida no céu,
a cantar saudades e dizer que é sempre frio aqui no Norte.
exaustivamente na abóbada do meu templo,
meu templo ornado com os lírios mais belos e raros,
cheio de luz e recluso,
só meu de lembrança,
onde deito para chorar e ter certeza de que não estás.
Tua face colada na abóbada dos meus olhos,
para onde quer que eu olhe, eu vejo-te.
Vejo-te,
não mais com a presença calorosa de antes
que me amava e fazia-me crer nas belezas do mundo,
Me apareces agora como uma estrela polar,
distante e perdida no céu,
a cantar saudades e dizer que é sempre frio aqui no Norte.
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
This is the sound of my soul...
True, Spandau Ballet.
''... This is the sound of my soul,
this is the sound
(...)
I bought a ticket to the world,
but now I've come back again
Why do I find it hard to write the next line
Oh I want the truth to be said
(...)
I know this much is true...'''
Ideia velha.
É novamente aquela sensação obscura,
medo, no fundo medo, de qualquer coisa desconhecida,
algo que se perde e foge das mãos,
medo daquilo que não pode ser controlado,
quimera pensada tantas vezes em dias e pessoas,
ilusão mergulhada em um aquário sem fim,
sonho que sempre voa,
dispersa-se.... Ideia velha.
Sim, tu te chamas Futuro.
E quero agarrar-te, morder-te,
tornar-te meu, modelar-te na minha vontade,
ser o seu dono e não tu o meu cárcere.
É inútil,
tudo inútil,
sonhos e pesadelos.
Eu preciso mesmo é de uma inevitável injeção de Presente.
medo, no fundo medo, de qualquer coisa desconhecida,
algo que se perde e foge das mãos,
medo daquilo que não pode ser controlado,
quimera pensada tantas vezes em dias e pessoas,
ilusão mergulhada em um aquário sem fim,
sonho que sempre voa,
dispersa-se.... Ideia velha.
Sim, tu te chamas Futuro.
E quero agarrar-te, morder-te,
tornar-te meu, modelar-te na minha vontade,
ser o seu dono e não tu o meu cárcere.
É inútil,
tudo inútil,
sonhos e pesadelos.
Eu preciso mesmo é de uma inevitável injeção de Presente.
sábado, 3 de dezembro de 2011
É o amor - Maria Bethânia
Algumas coisas na vida têm mesmo de ser bregas.
Ah, quê canção não fica linda na voz desta mulher?
'' ...Eu sou o seu apaixonado
De alma transparente,
Um louco alucinado,
Meio inconsequente,
Um caso complicado de se entender...''
sexta-feira, 2 de dezembro de 2011
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Il divo - Hallelujah ( Aleluya)
Essa é para quem gosta de chorar ouvindo música. Estou pasmo com a beleza destes homens, com a beleza de suas vozes, encantador!
'' ... Porque La Norma Sea El Amor
Y No Gobierne La Corrupción
Sino Lo Bueno Y Lo Mejor Del Alma Pura
Porque Dios Nos Proteja De Un Mal Final
Porque Un Dia Podamos Escarmentar
Porque Acaben Con Tanta Furia
Aleluya
Aleluya ...''
domingo, 27 de novembro de 2011
A Caverna.
Castelo negro erguido na escuridão,
luz suplantada em pranto,
face soerguida e estrelas,
claridade,
saudade calada,
resignada no peito,
compreender o incompreensível
ou fechar-se em manto-solidão.
Conversar com as sombras,
palavras que só chegam no coração,
ficam nele,
órbita concisa e torta,
beleza esquecida,
lua abstrata,
sábia palidez
aponta para o céu.
Me calo.
Aperto-me em meus braços,
me calo.
Fico aqui, quieto,
sentindo,
em mim,
mas não só.
A Caverna,
sem fantasmas,
somente escuro,
olhos que vêem,
esperam uma luz,
que tarda,
mas viva.
luz suplantada em pranto,
face soerguida e estrelas,
claridade,
saudade calada,
resignada no peito,
compreender o incompreensível
ou fechar-se em manto-solidão.
Conversar com as sombras,
palavras que só chegam no coração,
ficam nele,
órbita concisa e torta,
beleza esquecida,
lua abstrata,
sábia palidez
aponta para o céu.
Me calo.
Aperto-me em meus braços,
me calo.
Fico aqui, quieto,
sentindo,
em mim,
mas não só.
A Caverna,
sem fantasmas,
somente escuro,
olhos que vêem,
esperam uma luz,
que tarda,
mas viva.
sábado, 26 de novembro de 2011
segunda-feira, 21 de novembro de 2011
Os meus versos - Florbela Espanca
Leste os meus versos? Leste? E adivinhaste
O encanto supremo que os ditou?
Acaso, quando os leste, imaginaste
Que era o teu esse olhar que os inspirou?
Adivinhaste? Eu não posso acreditar
Que adivinhasses, vês? E até, sorrindo.
Tu disseste para ti: “Por um olhar
Somente, embora fosse assim tão lindo,
Ficar amando um homem!… Que loucura!”
- Pois foi o teu olhar; a noite escura,
- (Eu só a ti digo, e muito a medo…)
Que inspirou esses versos! Teu olhar
Que eu trago dentro d’alma a soluçar!
………………………………………………….
Aí não descubras nunca o meu segredo!
Florbela Espanca, O livro D'ele.
O encanto supremo que os ditou?
Acaso, quando os leste, imaginaste
Que era o teu esse olhar que os inspirou?
Adivinhaste? Eu não posso acreditar
Que adivinhasses, vês? E até, sorrindo.
Tu disseste para ti: “Por um olhar
Somente, embora fosse assim tão lindo,
Ficar amando um homem!… Que loucura!”
- Pois foi o teu olhar; a noite escura,
- (Eu só a ti digo, e muito a medo…)
Que inspirou esses versos! Teu olhar
Que eu trago dentro d’alma a soluçar!
………………………………………………….
Aí não descubras nunca o meu segredo!
Florbela Espanca, O livro D'ele.
sábado, 19 de novembro de 2011
Futuro
Não sei eu o que quer a vida,
não sei o que quer de mim.
Busco teoremas,
consolos,
e consolo é qualquer
música que entenda a minha dor.
Não há manhã que acorde e não pense em ti.
Olhando agora, assim sozinho,
vejo que foi tudo tão rápido,
fiquei com tanto para dar,
fiquei com tudo por dizer,
palavras não me saíram.
Uma despedida sem despedir-se.
Consolo é pensar em futuro,
esperança.
Terei eu a chance de dizer meu coração?
De dizer, sentir e ter, sem prazos,
sem medo de datas,
um calendário-novo
que não conte os dias,
faça-nos esquecer do tempo,
pensar que somos mesmo eternos.
Passearmos sobre a primavera,
com guarda-sóis coloridos,
espreitarmos o rio e deitarmos sobre a beira dele,
pensar-se sempre jovem e belo,
sorriso,
mel que nunca acaba,
Pensar-se, esquecer-se,
perder-se em plurais,
em nós.
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
domingo, 13 de novembro de 2011
Um corvo.
Uma noite fria e de muitas estrelas,
com muito vento a balançar minhas roupas,
onde do alto,
no ponto mais alto da cidade,
vejo de longe o nosso lugar,
onde eu melhor te conheci,
te senti,
onde melhor fomos nossos
e dividimos o que de melhor tínhamos.
Há tanta saudade em meu coração
e tanta melancolia em meus gestos,
Partiste e me deixaste uma cidade de lembranças,
onde cada esquina e cada fim de tarde eu te encontro,
a me espreitar com aquele sorriso fácil que é só teu.
Me deixaste uma cidade inteira de lembranças,
como queres que eu esqueça ou que amenize esta dor,
esta ausência?
De ti, hoje, só me chega o silêncio.
Restam-me as ruas, as esquinas, os prédios e as noites,
sou hoje como um corvo saudoso
a gralhar solidão.
Mapa Mundi - Tiê
Me escreva uma carta sem remetente:
Só o necessário e se está contente
Tente lembrar quais eram os planos
Se nada mudou com o passar dos anos
E me pergunte o que será do nosso amor?
Descreva pra mim sua latitude
Que eu tento te achar no mapa-múndi
Ponha um pouco de delicadeza
No que escrever e onde quer que me esqueças
E eu te pergunto o que será do nosso amor?
Ah! se eu pudesse voltar atrás
Ah! se eu pudesse voltar.
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Tesoura.
Há pranto preso na minha garganta.
Estás agora tão distante.
Pra quem eu vou correr e pedir colo?
Quem eu abraço agora que me sinto tão sozinho?
Quem vai me abraçar, afagar meus cabelos,
secar meu rosto
e dizer que 'tudo vai ficar bem', quem?
Quem?
Tenho medo de esquecer o teu cheiro,
cruel é a tesoura do destino,
que corta,
corta tudo,todos,
coração.
Estás agora tão distante.
Pra quem eu vou correr e pedir colo?
Quem eu abraço agora que me sinto tão sozinho?
Quem vai me abraçar, afagar meus cabelos,
secar meu rosto
e dizer que 'tudo vai ficar bem', quem?
Quem?
Tenho medo de esquecer o teu cheiro,
cruel é a tesoura do destino,
que corta,
corta tudo,todos,
coração.
domingo, 6 de novembro de 2011
Pérolas.
Às vezes, eu me sinto como a criatura mais triste,
a mais só,
Sinto-me como se fosse o único a reparar na fumaça do mundo,
o único que se perde em charcos de chumbo,
Sinto-me como se o mundo inteiro não fosse o meu lugar,
e na esperança de um colo ou de uma relva sozinha e quente,
onde possa eu deitar e chorar sem ser visto,
escrevo.
Escrevo e crio mundos que não existem senão dentro da minha cabeça
e dos meus sonhos,
mas nem por isso deixam de existir,
mundos que surgem de dentro da imaginação prodigiosa da minha alma,
imaginação que me salva do silêncio mortal que tem a solidão.
Há dias que acordo crente de que sou o mais desgraçado dos seres,
aquele que transita entre o mel dos sorrisos flamejantes de Afrodite
ao sono mortal e quieto-em-tudo de Morpheu.
Mas aprendi que é na tristeza e no silêncio,
que se fundam muitos reinos de água-vida,
sentimento.
A dor há de ser uma semente,
de sofrimento,
mas sobretudo de luz.
Uma semente daquelas que se jogadas em terras vibrantes,
produzem catástrofes seculares de luz-epifania,
de esclarecimento,
de silêncio-calma e compreensão,
de poesia e de coisas profundas e silenciosamente sábias e lúcidas em sonhos,
devaneios,
verdades esquecidas.
Hoje sou como um mar em tempestade,
repleto em naufrágios,
barulhento em sua quietude-lampejante,
Sofro, morro de saudades,
e a chuva e as lágrimas me fogem dos olhos sem piedade,
lagos e lagoas que se perdem em peixes-ciclos,
a fugir para um mar de turbulência-turva,
águas que não são escuras,
oráculo,
mistério de deuses,
Moiras esquecidas.
Mas em tardes de sorte,
quando ouço o forte tilintar sonoro-músico da trombeta de Gabriel,
no céu,
todas as tempestades
são engolidas por raios de sol e por uma chuva fina e doce,
por palavras quentes e amigas, pelo silêncio das línguas cansadas,
que tudo diz sem dizer absolutamente nada,
que se lança sobre tudo, acalmando, diluindo o furor.
É quando me dou conta,
que o mundo é mesmo um mar de tormentas,
e a felicidade nada é senão,
os momentos raros de calmaria,
estiagem em ternura, candura que passa,
mas sobrevive no paladar da lembrança.
Assim, dou-me conta ainda,
que cedo e tarde,
todos naufragam,
a diferença consiste na consciência que se tem disso,
uns são levados pelo mar e nem mesmo sabem que o são,
outros,
tão habituados à luz dançante artificial dos salões
mediocremente vaidosos
erguidos em faróis perdido sobre auto-mar,
morrem no primeiro mergulho,
morrem porque não sabem que podem respirar,
oxigênio-luz,
candeia acesa em buraco negro.
Disse qualquer sábio na orla da praia mais esquecida do mundo:
'Ostra feliz não faz pérola'
Completo,
'Ostra, para fazer pérola, tem de ter um grão de areia dentro de si,
um grão que a faça estrebuchar no pranto e contorcer-se na labuta sozinha da noite fria e só.'
Arte e poesia,
sem dor não são.
Luz sem escuridão,
é pobre vaga-lume ao meio dia.
Órion quem seria sem escorpião?
E eis que o mundo é isso mesmo,
obscuro nas aparências,
claro demais em sua essência,
Luz que ofusca,
mete medo,
ilumina.
Chorando ou não, todos choram.
Ausência é só o que há.
A morte não trás mais medo,
foi engavetada.
O mar continua a caminhar com suas águas,
a bater suas ondas nas rochas firmes,
escorregadias,
ora a sorrir,
ora a gritar,
Pérolas não se encontram em qualquer rocha,
nem descanso em qualquer praia quieta.
Cala-se a trombeta.
sábado, 5 de novembro de 2011
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Céu sem estrelas.
Sozinho, na noite.
Olhando para onde ninguém olha.
Sendo o distante, o obscuro,
o astrólogo de um céu sem estrelas.
Nada. Nada. Não há nada e ninguém.
Somente um rosto pálido,
iluminado por uma luz abstrata,
fantástica.
Olhando para onde ninguém olha.
Sendo o distante, o obscuro,
o astrólogo de um céu sem estrelas.
Nada. Nada. Não há nada e ninguém.
Somente um rosto pálido,
iluminado por uma luz abstrata,
fantástica.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Ultimatum - Álvaro de Campos
Mandado de despejo aos mandarins do mundo
Fora tu reles esnobe plebeu
E fora tu, imperialista das sucatas
Charlatão da sinceridade e tu, da juba socialista, e tu qualquer outro.
Ultimatum a todos eles e a todos que sejam como eles todos.
Monte de tijolos com pretensões a casa
Inútil luxo, megalomania triunfante
E tu Brasil, blague de Pedro Álvares Cabral que nem te queria descobrir.
Ultimatum a vós que confundis o humano com o popular
Que confundis tudo!
Vós anarquistas deveras sinceros
Socialistas a invocar a sua qualidade de trabalhadores para quererem deixar de trabalhar.
Sim, todos vos que representais o mundo, homens altos passai por baixo do meu desprezo
Passai, aristocratas de tanga de ouro,
Passai frouxos
Passai radicais do pouco!
Quem acredita neles?
Mandem tudo isso para casa, descascar batatas simbólicas
Fechem-me isso a chave e deitem a chave fora.
Sufoco de ter só isso a minha volta.
Deixem-me respirar!
Abram todas as janelas
Abram mais janelas do que todas as janelas que há no mundo.
Nenhuma idéia grande, nenhuma corrente política que soe a uma idéia grão!
E o mundo quer a inteligência nova
O mundo tem sede de que se crie
O que aí está a apodrecer a vida, quando muito, é estrume para o futuro.
O que aí está não pode durar porque não é nada.
Eu, da raça dos navegadores, afirmo que não pode durar!
Eu, da raça dos descobridores, desprezo o que seja menos que descobrir o mundo novo.
Proclamo isso bem alto, braços erguidos, fitando o Atlântico
e saudando abstratamente o infinito.
Álvaro de Campos, 1917
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Gruas no cais descarregam mercadorias e eu amo-te.
Homens isolados caminham nas avenidas e eu amo-te.
Silêncios eléctricos faíscam dentro das máquinas e eu amo-te.
Destruição contra o caos, destruição contra o caos, e eu amo-te.
Reflexos de corpos desfiguram-se nas montras e eu amo-te.
Envelhecem anos no esquecimento dos armazéns e eu amo-te.
Toda a cidade se destina à noite e eu amo-te.
José Luís Peixoto, Gaveta de Poemas.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
Pão.
Sim... Ciúmes...
Ciúmes de todos aqueles que tiveram mais tempo,
Mais tempo para repetir que gostam dos seus olhos,
Ciúmes de todos aqueles que tiveram mais noites
para sentir o teu calor e os teus braços amigos,
Ciúmes, ciúmes de todos que te beijaram mais vezes,
que tiveram mais e mais chances de sussurrar ao teu ouvido 'eu te amo'...
Ciúmes, ciúmes... Mais chances! Era o que eu precisava!
Chances de dizer o quanto você é especial e querido,
Chances de repetir tardes de música,
dias chuvosos de mimo,
Chances de sentir, mais vezes, aquela ternura, cândida,
que invade nossas almas quando se tem a falsa ilusão de que se tem tudo...
Eu queria mais chances, mais tardes, mais dias e horas e horas... Mais, mais tempo!
Mais tempo para que pudéssemos descobrir constelações, criar as nossas, por que não?
Mais e mais tempo para caminhar, de mãos dadas, coisa que pouco fizemos.
Sinto ciúmes de todos aqueles que têm a certeza que voltarão a te ver...
Se há algo de pesado em minhas lágrimas é justamente esta incerteza.
Bem se sabe e se ouve que o tempo e o mundo caminham sobre caminhos embaralhados,
rezo que no meio desse tear,
possamos nos reencontrar
e desta vez, as lágrimas, se houverem, sejam por causa de uma partida curtinha,
nada como agora,
neste mar de saudade que já me encontro, sonhando, lembrando,
guardando na caixa dos sonhos, a esperança,
Esta amiga de poucos,
que faz de poucas migalhas, um pão.
E assim,
rogo aos deuses,
se eles existem e fazem-se na indulgência,
que sejamos mais do que um sonho de condão.
sábado, 15 de outubro de 2011
Eu não Existo sem Você - Maria Bethânia
" ... Eu sei e você sabe que a distância não existe
e todo grande Amor só é bem grande se for triste...
Por isso meu amor, não tenha medo de sofrer,
Pois todos os caminhos me encaminham para você..."
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
Puxar de cortina
e nem procuro pensar no peso das lágrimas
prefiro aguardar pela saudade como quem a espera com a luz apagada
E quando ela adentrar no meu quarto escuro e apagar todos os hálitos quentes
que ainda me restarem
estarei eu calado
consciente
para ser violado
mais do que corpo
em alma
E quando pesar demais,
hei de encontrar na doce memória
que vive e sobrevive
a tua face querida
dos dias ensolarados que tagarelavam com nossa felicidade
felicidade incontida e livre
e solta
e linda
e jovem
como as crianças devem o ser.
Hei de ter dias cheios de prantos ímpios
infiéis à vida
e fiéis a ti e tua cálida memória vivente
de nuvens de sonho e de maçãs que hão de ser todas proibidas
e doces como as delícias
Hei de ver na margem do rio solitário fluente das águas do tempo e da memória
filhos de Narciso que fluem e flutuam
dizendo que a leveza não é utopia
mostrando-me quaisquer
coisas ou nada
epifanias
e realidades verdades sonhadas
jorradas de livros não escritos
que o amor
não se mede com tempo
nem com saudade
O amor é ser indivisível
e contraditório
preguiçoso nos egoísmos
benevolente na paixão e pouco ou muito amigo na distância-solidão
Solidão que prova que pouco se sabe de ser só
Pouco se quer
e pouco se pode
mesmo se estando
na maior parte da vida que cai para todos
ou sobe
para os filhos Hórus
Que seja e nada tema
no mundo incestuoso que é o nosso
Sentir é o que glorifica
Tudo
que vale é pouco
e do pouco tira-se muito
embora desconheça-se
E dito e findo
aqui
Sinto no peito
já a dor
Fecho a janela
ouço o dedilhar da melancolia no piano
Adeus, adeus....
terça-feira, 11 de outubro de 2011
A Cadeia do Agrimensor - Gastão Cruz
Abre as asas a ave sobre o campo
medindo com as sombras angulares
o declínio da luz nesses lugares
inclinados Sob a fuga
dos núcleos e dos rastros
reais
no céu da ave
vê-se o campo dos anos preparado
para a vertiginosa viagem das imagens
Exterior à memória na
abóbada riscada de cabelos
e de penas dos astros recomeça
do fictício presente o bater lento
das asas
Com elos formando
o real irreal que
transporta no espelho de metal das
suas sombras
sonhos e cidades
a ave a
um cometa comparada
despirá a sua identidade sobre o céu do real
num voo alto
entre as chamas da luz recuperada
Autor: Gastão Cruz, "Ondas da Água Imaginária", 1999
domingo, 9 de outubro de 2011
segunda-feira, 3 de outubro de 2011
Casa no Campo
Sabe aquele momento em que você se sente cansado, olha em volta e vê que tudo que você quer é um pouco de paz, silêncio e companhia daqueles que ama? Então...
" Eu quero uma casa muitos rocks rurais
E tenha somente a certeza dos amigos do peito e nada mais...
Eu quero uma casa uma no campo
Onde eu possa ficar do tamanho da paz..."
E tenha somente a certeza dos amigos do peito e nada mais...
Eu quero uma casa uma no campo
Onde eu possa ficar do tamanho da paz..."
domingo, 2 de outubro de 2011
"Wilde" - Filme (1997)
Este filme mostra a vida do dramaturgo e poeta irlandês Oscar Wilde. É um filme fabuloso que revela a sofisticação e inteligência de um homem à frente do seu tempo, um homem que escandalizou a conservadora Londres do século XIX pelo modo como vivia sua vida sexual e amorosa.Casado e com filhos, Wilde viveu um caso turbulento com o jovem Lord Alfred Douglas, e isso lhe trouxe trágicas consequências. Qualquer pessoa que aprecie a obra de Oscar Wilde e tenha alguma admiração por aquilo que ele escrevia, gostará muito do filme. De resto, é um filme emocionante e interessantíssimo, com ótimos atores.
Trailer:
Nicest Thing - Kate Nash
"(...)And I wish we could see if we could be something
And I wish we could see if we could be something
All I know is that you're the nicest thing I've ever seen..."
sábado, 24 de setembro de 2011
sexta-feira, 23 de setembro de 2011
Constância
Nos sonhos mais deliciosos,
Você me ama,
E somos inteiramente nossos,
Não temos problemas,
Não há tempo e nem dias que nos separam,
Em meus sonhos,
você me ama,
E podemos voar e dançar,
Não há saudade,
Tudo é constância,
porque você está sempre comigo,
Não há despedida e nem lágrima.
quarta-feira, 21 de setembro de 2011
In my dreams ( Walter Meego )
Ah, essa música me deixa tão... Sem palavras.
In my dreams
I can fly
I can swim
in the sky
and move like I'm dancing
on the air
to the music
everywhere
because you love me
yes you love me
I can fly
I can swim
in the sky
and move like I'm dancing
on the air
to the music
everywhere
because you love me
yes you love me
In my dreams
there's a place
I know somewhere
far away
I can feel it
when you're with me
I can taste it
when you kiss me
because you love me
yes you love me
In my dreams...
there's a place
I know somewhere
far away
I can feel it
when you're with me
I can taste it
when you kiss me
because you love me
yes you love me
In my dreams...
Tradução para português:
Em meus sonhosEu posso voar
Eu posso nadar
no céu
e se mover como se eu estivesse dançando
no ar
Há música
em toda parte
porque você me ama
Sim, você me ama
Em meus sonhos
há um lugar
Eu sei que em algum lugar
longe
Eu posso sentir isso
quando você está comigo
Posso prová-lo
quando você me beija
porque você me ama
Sim, você me ama
Em meus sonhos...
domingo, 18 de setembro de 2011
Lembranças
Gosto de lembrar-me, a toda hora, dos teus beijos,
Gosto de lembrar-me das tuas doces mãos deslizando sobre meu corpo,
E só sou mais feliz, quando te tenho ao meu lado.
Quando tudo isso se for,
Quando só me restarem mesmo as lembranças,
Eu as guardarei como pérolas em casulos,
Serão o meu tesouro, mesmo que me tragam o pranto e a saudade.
sábado, 17 de setembro de 2011
São Paulo 451
" Amanhã não estaremos aqui, veja se bebe um pouco e sorri, tira esse olhos do chão!
O futuro é lindo: eu já vi! "
Os Belle Chase Hotel são uma banda de música portuguesa, originária de Coimbra, formada em1995.
segunda-feira, 12 de setembro de 2011
Flores e andorinhas.
Caminho pela rua, às vezes tenho aquele impulso de contar uma novidade,
Mas vejo que você não está ao meu lado.
Saio sem grande pressa, procurando qualquer lugar,
Um lugar para jantar sozinho e que não me lembre você.
Eu consigo, até reparar que a cadeira em minha frente está vazia.
Me deito, já de madrugada, na minha cama de tantos pensamentos e pouco sono,
Minha mente ganha asas e gosto de me iludir que sinto o teu cheiro novamente.
Tem sido tudo tão pálido, sem músicas e nem livros coloridos.
Tem sido só silêncio.
Eu quero acreditar que você não está tão longe, ainda.
Estou sempre a esperar aquela mensagem me convidando para passearmos,
Onde tudo começou...
Caminho sozinho no parque e reparo que poderia ser aquele dia,
há algum tempo, quando conheci seu sorriso.
A mesma temperatura, as crianças correm para buscar sua bola que foge para beira do rio,
os patos pedem por migalhas de pão,
O sol e deus parecem generosos.
Mas, logo vejo qualquer coisa molhar, novamente, a página do meu livro,
aquela página da qual eu não consigo sair porque não há modo de ler sem que encontre,
em qualquer palavra e verso, algo que me faça pensar em ti.
As lágrimas já são poucas e menos densas,
elas têm de parar alguma hora,
Mesmo que seja para disfarçar o meu dia,
Forçar sorrisos que não quero dar,
Cumprimentar pessoas e balançar a cabeça afirmando que "está tudo bem".
Não, não está tudo bem.
Eu me sinto pequeno e só.
Me sinto como se tivessem roubado todo meu verão,
tudo é só frio, inverno e solidão.
Os últimos sopros do verão estão a esvair-se,
Já ouço o lamento de Démeter, no fim dessa estação,
Que tão logo terá a filha arrancada dos seus braços quentes,
Raptada e levada para os Infernos.
Talvez ela, a deusa-mãe do sol e também da chuva,
conheça minha dor,
Afinal,
nós dois choramos no fim deste verão,
Ela pela filha roubada,
Eu, pelo amor que parece perdido.
Logo é outono.
Logo é outono.
E minha alma, ainda quente dos teus braços,
Na esperança de flores e andorinhas futuras,
Esperará o fim do inverno
E quem sabe, em outro verão.
E quem sabe, em outro verão.
quarta-feira, 7 de setembro de 2011
I Dreamed a Dream
Palidez
Manhã sem cheiro de café.
Tarde sem aquela música,
nem aquele doce.
Sol pálido de fim de tarde.
As borboletas fogem da minha janela.
segunda-feira, 29 de agosto de 2011
Vaga-lume
Basta somente eu imaginar,
imaginar com os olhos da lembrança,
a tua face,
a dizer-me muitas coisas com os olhos,
coisas para as quais dispensa-se as palavras
e a boca.
A boca, a tua, é a que arrepia o meu corpo
e faz de noites que seriam frias em nada,
noites cheia de estrelas e vaga-lumes
que cantam na língua dos deuses.
Sozinho, nas noites em que durmo só,
vejo, palpitar na minha mente,
a tua imagem,
que some e aparece,
some e aparece,
como um quadro no escuro
vítima da luz de um vaga-lume...
Um vaga-lume que brinca,
brinca com meus desejos
e faz meus lábios morderem-se de ansiedade,
quando a tua imagem desaparece no escuro.
Acende, apaga,
um movimento de oscilação,
graduação,
no rítmo exato que a minha mão desce e sobe,
desce e sobe,
a tentar tirar do meu corpo o que a natureza me pede...
E depois,
enfim,
quando a mão já descansa sobre o corpo,
a tua imagem acende-se completamente,
como se tivesse uma candeia ao pé,
que este vaga-lume aprendeu a imitar tão bem.
Ainda sinto que quero o seu corpo,
o seu sorriso,
mais dias e mais na sua companhia...
A candeia se apaga,
o vaga-lume se vai...
Tudo se perde em vultos,
o arrebatador de consciências, o sono,
bate seu martelo...
Tudo não demora a se perder em sonhos,
nos quais todas as flores têm o teu cheiro.
sábado, 20 de agosto de 2011
Marília Gabriela entrevista Jean Wyllys.
Essa entrevista aconteceu no dia 15 de maio de 2011 no programa televisivo "Marília Gabriela Entrevista" do canal GNT. Marília Gabriela, uma das figuras mais emblemáticas e importantes da televisão e jornalismo brasileiro, entrevista o Deputado Federal e ativista pelos direitos humanos no Brasil, Jean Wyllys.
Jean Wyllys é escritor, graduado em jornalismo e mestre em Letras pela UFBA. É também professor de Cultura Brasileira e de Teoria da Comunicação na Escola Superior de Propaganda e Marcketing e na Universidade de Veiga de Almeida, ambas no Rio de Janeiro. Wyllys tornou-se conhecido nacionalmente após ganhar uma edição do reality show Big Brother Brasil, da Rede Globo, em 2005.
Jean foi o primeiro homossexual assumido a eleger-se como Deputado Federal e representa um papel importantíssimo na luta pelos direitos humanos no Brasil. Foi um dos emcabeçadores, junto com muitos aliados e contando com o papel da Senadora Marta Suplicy, para a concretização da união homoafetiva no Brasil, tendo sido aprovada pelo Supremo Tribunal Federal em maio deste ano. A entrevista é simplesmente fantástica. Pode-se ver o quanto Jean é um homem sério e comprometido com a liberdade civil. Além disso, é um homem admirável pelo seu talento profissional e ainda, por ser uma pessoa honesta, corajosa e digna. Jean é dos homens mais admiráveis da atual política brasileira. Eu diria, é o mais homem, dentre os deputados que sentam-se na Câmara Federal. Não deixem de ver toda a entrevista, as tres partes, que também estão disponíveis no Youtube, é fantástico. Jean termina sua entrevista com um verso de Mário Quintana, que transcrevo aqui:
“ Todos estes que estão atravancando meu caminho Eles passarão
Eu, passarinho ”
Simplesmente lindo. Se pudéssemos ver mais exemplos destes na Tv, talvez teríamos um país mais justo.
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quinta-feira, 18 de agosto de 2011
Direitos Humanos x Religião
Sou um dos seguidores e admiradores do "Bule Voador" e acessando o site hoje vi esta charge. Achei muito inteligente e trata de uma realidade mundial: Religiosos fanáticos tentando barra o avanço dos direitos humanos, da igualdade e democracia. Tem se visto muito isso no Brasil, nos últimos tempos, onde religiosos ignorantes e estúpidos vão para a TV fazer declarações racistas, homofóbicas e anti-atéias. O Brasil é um país laico, portanto, é um país sem religião e me admira que perca tempo dando ouvidos para essas pessoas, que enganam multidões com propagandas mentirosas, cujo o único objetivo é manter-se o poder, ada tem a ver com amor e muito menos com o nome do homem que usam para defender seus argumentos cruéis, preconceituosos, cheios de ódio e sem a razão.
O Brasil tem sido um palco de barbarismos contra os direitos humanos e a igualdade. Um país que tem "Ordem e Progresso" em sua bandeira, me admira e surpreende muito que seja tão difícil cumprir a legislação, ou seja, conceder a todos os mesmos direitos, ignorando o que esses religiosos, que não passam de pessoas ignorantes e perversas têm a dizer.
Na imagem, contorcendo-se na cruz, está um indivíduo que representa os "Direitos Humanos", veste uma camisa, onde há escrito: " Ateus, LGBT'S, Ciência". Em baixo, estão aqueles que tentam de todo o modo abafar a voz da igualdade e daqueles que lutam por um Brasil e um mundo mais digno e mais humano.
Para um país que tem escrito em sua bandeira: "Ordem e Progresso", me admira que seja tão difícil cumprir a Constituição e tão fácil dar ouvidos para os bolsonaros e malafaias de todos os dias.
quarta-feira, 17 de agosto de 2011
O encantamento do cisne.
Laranjas Bahia - O contador de histórias
Quem não conhece o "Laranjas bahia" vai adorar! E quem conhece, vai poder desfrutar novamete do talento desse cara que é simplesmente fantástico! Baía é um exímio contador de histórias, transforma qualquer noite corriqueira em um palco de aventuras e muito, muito, muito perigo.
Disponibilizo a continuação deste vídeo e não deixem de ver as outras no canal do Baía no youtube:
segunda-feira, 15 de agosto de 2011
Os olhos de um elfo
tão triste, suas lágrimas eram as mais pesadas que já haviam tocado o solo daquela floresta.
Deitado entre as folhas secas, ele foi abraçado pela floresta, pelo vento,
por toda a natureza e penumbra oblíqua que havia naquele lugar.
A companhia lhe apareceu.
Sentiu tocar-lhe as costas, com mãos tão leves, tão suaves,
adormeceu.
Quando, enfim, abriu os olhos,
os olhos que viu eram os mais belos que já podia ter visto,
os olhos da floresta,
os olhos de um elfo. "
Gelado de Verão - Humanos
Uma pessoa muito especial mostrou-me esta canção há poucos dias. Gostei muito, achei a letra simples, singela e ao mesmo tempo muito rica e cheia de metáforas que me surpreenderam e me encantaram. Sendo assim, divido com vocês a canção que fez parte do projeto "Humanos" que em 2004 reuniu vários cantores portugueses a fim de interpretar canções do cantor já falecido António Variações. Simplesmente amei.
Nota: "gelado" é como os portugueses chamam o que nós, brasileiros, chamamos de sorvete.
Letra:
Foste a razão da viagem de umas férias para fugir
Foste a razão da viagem de umas férias para fugir
Encontrei-te na paragem, no descer e no subir
Dei o teu nome a toda a gente e a todos te quis chamar
Dei o teu nome a toda a gente e a todos te quis chamar
Dei a tua voz ao vento e ao movimento do teu andar
Foste a frescura da minha sede
Andei contigo na minha mão
Foste a frescura da minha sede
Andei contigo na minha mão
Pintei a boca de rosa e verde
Pintei a boca de rosa e verde
Foste o gelado do meu verão
Foste a sombra do momento, tentação a experimentar
Foste a sombra do momento, tentação a experimentar
Foste a luz do salvamento do regresso ao meu olhar
Tu foste em todas as formas um país que eu nunca vi
Tu foste em todas as formas um país que eu nunca vi
Velho sonho dos meus olhos e eu só te vi a ti
Foste a frescura da minha sede
Andei contigo na minha mão
Foste a frescura da minha sede
Foste a frescura da minha sede
Andei contigo na minha mão
Pintei a boca de rosa e verde
Pintei a boca de rosa e verde
Foste o gelado do meu verão
Teu corpo minha toalha, foste o Sol da minha cor
Teu corpo minha toalha, foste o Sol da minha cor
Foste o mar da minha praia, tu foste o meu bronzeador
Foste a frescura da minha sede
Andei contigo na minha mão
Andei contigo na minha mão
Foste a frescura da minha sede
Andei contigo na minha mão
Andei contigo na minha mão
Pintei a boca de rosa e verde
Foste o gelado do meu verão...
Índios ( Legião Urbana) - cantado por The Gift
Acho essa uma das canções mais lindas da Legião. Gostei muito ainda da versão cantada pela banda portuguesa The Gift. Sónia Tavares deu um outro gás para a canção. The Gift sempre me surpreedem, super-amo eles, acho-os fantásticos!
Versão ao vivo:
sábado, 13 de agosto de 2011
Amendoeiras
Passeando pela rua,
meus olhos se perdem nas folhas secas da calçada,
Amendoeiras, despindo-se de outono....
sexta-feira, 12 de agosto de 2011
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
August Day - Bebel Gilberto
´
"...Just like this rainstorm
This August day song
I dream of places far beyond..."
Saudadezinha
Assim devagarinho,
vem uma saudadezinha,
disfarçada como um sopro,
a mordiscar sem pena
o meu coração,
que bobo de paixão,
sente falta do teu cheiro
e das tuas mãos
que me abraçam com carinho.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
Não gosto de meninos - Curta-Metragem
Ainda disponibilizo para vocês o curta-metragem feito pela Pixar, chamado: "It Gets Better".
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
quinta-feira, 4 de agosto de 2011
Voa.
Voa.
Sim,
deixa de lado esses...
Esses que reclamam da luz
que atravessa a cortina.
Abre a tua janela,
pula, se for preciso.
E corre colina à cima,
para perto do céu,
onde a voz do vento,
doce,
diz,
na língua do ar,
que não é tarde para voar.
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
Only gay » Parody
Ryan James Yezak presents the "Only Gay In The World" music video, a gay interpretation/parody to Rihanna's #1 hit single "Only Girl (In The World)".
Peacock
Este clipe feito com a música "Peacock" de Katy Perry é realmente surpreendente. Achei muito bom a interpretação desses rapazes, não faltou criatividade e ousadia! Um clipe cheio de dança, cor e claro, muita, muita, purpurina, haha!
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