a procurar
a procurar
tenho estado assim, a procurar
não sei o que
quem
qual tempo
exato
nem mesmo sei quando foi que se partiu
quando foi que me perdi na floresta do sonho
a procurar uma brisa que senti
a cor duma camiseta
de um cachecol
o cheiro do pescoço de um homem
a procurar o indizível
o longínquo
o fácil
aquilo que dói menos
e às vezes é difícil dizer
difícil dizer tudo que aperta
difícil subir a rua e ter coragem pra virar à direita
quando o corpo acostumado quer ir à esquerda
a procurar, sabe, um rosto
talvez
não, não
é preciso que se diga o que se procura
mesmo
mas se não se sabe
ao menos que se procure o que pode ser achado
não aquilo que foi para o fundo do mar
que foi para Boston
para Cingapura
ou o raio que o parta
a procurar por um sonho
por um minuto verdadeiro de silêncio
a procurar uma paz gigante
que me cubra de flores
margaridas
numa tarde verde de julho
em que voem palavras de respiração
desprendidas
cheias de sons leves
brilhantes
como o rosto jovem da minha irmã cheio de sonhos
é bom ver que a juventude tem asas pra voar
ainda
nestes tempos tão
tão não sei quê
e tudo se perde então
nas vagas
na noite
na solidão
e na esperança
que sempre, sempre renasce
afinal, a vida só é a vida porque não tem fim
deste ou do outro lado
então
a procurar o amor, sim,
a sede que todos temos
o amor verdadeiro que nos há de libertar
deste mar
de loucura
de lonjura
de dor
amor,
procura.
terça-feira, 25 de outubro de 2016
sexta-feira, 9 de setembro de 2016
Desertos
Infinitas vezes a Terra girou em torno de si.
Infinitas vezes vieram as estações e se foram.
Infinitas vezes passaram-se os dias, os meses e os anos.
Sim, já lá se vai algum tempo.
E depois de tanto andar,
de me iludir e por vários corpos passear,
dou-me conta de que, ao fim e ao cabo,
regresso sempre ao mesmo lugar,
dou voltas e voltas e tudo o que encontro
é este 'inferno de amar'.
Estou em meio ao mar,
numa noite sem estrelas,
completamente só, dentro de um barco vazio
a balançar.
No corpo frio do oceano, refletido e estampado,
como uma maldição, enxergo o teu rosto,
pálido e terrivelmente belo.
Então esfrego os olhos
e a verdade surge como a luz de todos os dias:
permaneço no deserto para o qual me trouxeste
e de onde nunca, nunca mais saí.
Tudo o que tenho vivido são miragens.
Aqui, só há ilusão.
Sob este areal, jaz sepultado o meu coração.
Alcácer-Quibir nunca terminará.
Eu sou Dom Sebastião.
**
Infinitas vezes vieram as estações e se foram.
Infinitas vezes passaram-se os dias, os meses e os anos.
Sim, já lá se vai algum tempo.
E depois de tanto andar,
de me iludir e por vários corpos passear,
dou-me conta de que, ao fim e ao cabo,
regresso sempre ao mesmo lugar,
dou voltas e voltas e tudo o que encontro
é este 'inferno de amar'.
Estou em meio ao mar,
numa noite sem estrelas,
completamente só, dentro de um barco vazio
a balançar.
No corpo frio do oceano, refletido e estampado,
como uma maldição, enxergo o teu rosto,
pálido e terrivelmente belo.
Então esfrego os olhos
e a verdade surge como a luz de todos os dias:
permaneço no deserto para o qual me trouxeste
e de onde nunca, nunca mais saí.
Tudo o que tenho vivido são miragens.
Aqui, só há ilusão.
Sob este areal, jaz sepultado o meu coração.
Alcácer-Quibir nunca terminará.
Eu sou Dom Sebastião.
**
sábado, 16 de julho de 2016
ALCÁCER-QUIBIR
Quando penso que então
Chegou o tão prolongado fim
Da batalha do meu coração,
Eis que o areal surge de novo, engole-me,
Sinto as flechas em meu dorso, dor profunda e escuridão.
E não há ninguém que possa dizer
Que está morto D. Sebastião.
A dor de vê-lo partir se repete, a mesma mágoa,
O mesmo gosto na boca, o grito duma nação
Cujo pranto está fadado a se estender.
Mas é diante da morte
Que a verdade se revela,
Aquele que morre e este que espera
São senão a mesma pessoa,
Sou eu o Encoberto, rei sem cama, vela de má sorte.
C. Berndt
12/07/2016
Da batalha do meu coração,
Eis que o areal surge de novo, engole-me,
Sinto as flechas em meu dorso, dor profunda e escuridão.
E não há ninguém que possa dizer
Que está morto D. Sebastião.
A dor de vê-lo partir se repete, a mesma mágoa,
O mesmo gosto na boca, o grito duma nação
Cujo pranto está fadado a se estender.
Mas é diante da morte
Que a verdade se revela,
Aquele que morre e este que espera
São senão a mesma pessoa,
Sou eu o Encoberto, rei sem cama, vela de má sorte.
C. Berndt
12/07/2016
terça-feira, 31 de maio de 2016
NOITE SILENCIOSA
é a noite mais silenciosa que vi
passa por entre as folhas das árvores a névoa úmida e branca
das madrugadas
silencioso
lábios entreabertos
olhos marejados a fitar o Longe
o quão longe no passado eu ainda posso ir?
o quão posso viver eu ainda desse passado,
amargo e doce, como o melhor e o pior dos amores?
o vento segue rumo ao mar
a levar as nuvens e os meus suspiros
poderá ele te falar de novo da minha dor
e da minha insana saudade?
ainda é
teu rosto
pálido e belo como a mais terrível manhã de inverno
que reconheço no céu, nas nuvens, no horizonte
''tu não te cansas de esperar, Penélope?'' - diz-me
a hostil voz da consciência
e eu a ela respondo, tímido
e envergonhado:
esperar já não espero,
mas é à mortalha,
é à mortalha de palavras a quem permaneço fiel,
o que seria de mim, alma lusa,
sem o meu triste fado?
31/05/2016
passa por entre as folhas das árvores a névoa úmida e branca
das madrugadas
silencioso
lábios entreabertos
olhos marejados a fitar o Longe
o quão longe no passado eu ainda posso ir?
o quão posso viver eu ainda desse passado,
amargo e doce, como o melhor e o pior dos amores?
o vento segue rumo ao mar
a levar as nuvens e os meus suspiros
poderá ele te falar de novo da minha dor
e da minha insana saudade?
ainda é
teu rosto
pálido e belo como a mais terrível manhã de inverno
que reconheço no céu, nas nuvens, no horizonte
''tu não te cansas de esperar, Penélope?'' - diz-me
a hostil voz da consciência
e eu a ela respondo, tímido
e envergonhado:
esperar já não espero,
mas é à mortalha,
é à mortalha de palavras a quem permaneço fiel,
o que seria de mim, alma lusa,
sem o meu triste fado?
31/05/2016
quarta-feira, 20 de abril de 2016
sexta-feira, 8 de abril de 2016
Corpo morto
E já lá vai
distante
saindo da baía rumo ao horizonte
o barco branco
a levar o corpo morto
da jovem infante
sobre os seios delicados
alvas margaridas
sobre a cabeça castanhada
uma coroa de tristes violetas
o corpo da moça que lá vai morto
mais gelado que as águas salgadas
do mar
sou eu
é o meu corpo
o corpo de Inês e o de Ofélia
é o corpo de Orfeu
o corpo de quem se perdeu
na vida
e cuja morte talvez fosse uma saída
não fosse a morte a morte
com os olhos marejados de lágrimas
e algas
fico a ver meu corpo
esta que fui
e que jamais serei novamente
amor como aquele nunca mais
nem sorte, nem morte
não há, por fim, Ulisses que possa vir do Norte.
distante
saindo da baía rumo ao horizonte
o barco branco
a levar o corpo morto
da jovem infante
sobre os seios delicados
alvas margaridas
sobre a cabeça castanhada
uma coroa de tristes violetas
o corpo da moça que lá vai morto
mais gelado que as águas salgadas
do mar
sou eu
é o meu corpo
o corpo de Inês e o de Ofélia
é o corpo de Orfeu
o corpo de quem se perdeu
na vida
e cuja morte talvez fosse uma saída
não fosse a morte a morte
com os olhos marejados de lágrimas
e algas
fico a ver meu corpo
esta que fui
e que jamais serei novamente
amor como aquele nunca mais
nem sorte, nem morte
não há, por fim, Ulisses que possa vir do Norte.
C. Berndt
segunda-feira, 28 de março de 2016
E vamos de Pessoa para encerrar os trabalhos do dia:
ABDICAÇÃO
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho.
Eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu throno de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu sceptro e corôa — eu os deixei
Na antecamara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.
Fernando Pessoa em ''Poemas esotéricos''
ABDICAÇÃO
Toma-me, ó noite eterna, nos teus braços
E chama-me teu filho.
Eu sou um rei
que voluntariamente abandonei
O meu throno de sonhos e cansaços.
Minha espada, pesada a braços lassos,
Em mão viris e calmas entreguei;
E meu sceptro e corôa — eu os deixei
Na antecamara, feitos em pedaços
Minha cota de malha, tão inútil,
Minhas esporas de um tinir tão fútil,
Deixei-as pela fria escadaria.
Despi a realeza, corpo e alma,
E regressei à noite antiga e calma
Como a paisagem ao morrer do dia.
Fernando Pessoa em ''Poemas esotéricos''
quinta-feira, 24 de março de 2016
ainda é o mesmo lago
o lago de narciso
que nos hipnotiza
que nos faz parar em meio ao caos
à dor de noites frescas
sentar no mesmo banco de madeira
reparar no boitatá de ferro
na margem do lago erguido, ser de asas abertas
que não voa
e eu ainda aqui
a sonhar contigo
tanto tempo perdido, não é mesmo?
o lago de narciso
onde se reflectem as luzes dos lampiões urbanos
as luzes das estrelas distantes
as luzes dos nossos olhos assombrados
vejo-me na água
ainda sou o mesmo Orfeu ressentido
a espera d'um milagre
d'um abraço que não virá
do outro lado do mar
pois, não virá a mim o Desejado
as névoas que cobrem esta terra ilhada
não o trarão
nunca mais
e dentro do lago
quem me fita, desterrado,
é ainda o mesmo narciso,
face antiga,
afogada...
***
C. Berndt
18.03.2016
o lago de narciso
que nos hipnotiza
que nos faz parar em meio ao caos
à dor de noites frescas
sentar no mesmo banco de madeira
reparar no boitatá de ferro
na margem do lago erguido, ser de asas abertas
que não voa
e eu ainda aqui
a sonhar contigo
tanto tempo perdido, não é mesmo?
o lago de narciso
onde se reflectem as luzes dos lampiões urbanos
as luzes das estrelas distantes
as luzes dos nossos olhos assombrados
vejo-me na água
ainda sou o mesmo Orfeu ressentido
a espera d'um milagre
d'um abraço que não virá
do outro lado do mar
pois, não virá a mim o Desejado
as névoas que cobrem esta terra ilhada
não o trarão
nunca mais
e dentro do lago
quem me fita, desterrado,
é ainda o mesmo narciso,
face antiga,
afogada...
***
C. Berndt
18.03.2016
segunda-feira, 7 de março de 2016
luzes...
apago as luzes
de dentro
para que brilhem
só
as de fora
as que invejo
as que me inspiram
regulus, denébola,
antares, miliphen, sirius
alcyone
e tantas outras que eu não sei nomear
cintilam
flamejam
miram-me
como se fossem olhos
eternos
ternos
internos
que perpassam a distância infinita que há entre nós
olhos de éter
profundos
celestes
amáveis
terríveis
verdadeiro espelho
onde hoje decidi me mirar
quem sabe um dia eu seja também luz
olhos
luzes impossíveis
que me dizem coisas intraduzíveis
apago-me
em paz e em humildade
baixo enfim
o pano de outro dia
em que ando
bebo água
como pão
perdoo
e tento, tento, nunca em vão, aprender a amar,
ao meu ainda escuro coração iluminar.
de dentro
para que brilhem
só
as de fora
as que invejo
as que me inspiram
regulus, denébola,
antares, miliphen, sirius
alcyone
e tantas outras que eu não sei nomear
cintilam
flamejam
miram-me
como se fossem olhos
eternos
ternos
internos
que perpassam a distância infinita que há entre nós
olhos de éter
profundos
celestes
amáveis
terríveis
verdadeiro espelho
onde hoje decidi me mirar
quem sabe um dia eu seja também luz
olhos
luzes impossíveis
que me dizem coisas intraduzíveis
apago-me
em paz e em humildade
baixo enfim
o pano de outro dia
em que ando
bebo água
como pão
perdoo
e tento, tento, nunca em vão, aprender a amar,
ao meu ainda escuro coração iluminar.
sábado, 5 de março de 2016
suave
mergulho dentro de mim
tão
delicadamente
que o faço como se estivesse a tocar um copo d'água
com a ponta dos dedos
mergulho
o barulho
de pingos d'água
bolhas de hidrogênio
os meus olhos fechados
só oiço então
os sons leves
sons doces
em sublime harmonia
a balançar como quem beija um filho
as paredes de éter, as cortinas fluídicas
do meu ser balançante
mergulho
sussurros vêm de algum lugar
uma voz muito querida
dizendo baixinho palavras de amor
mergulho
mais fundo
um pouco mais
em busca de mim e de paz
mergulho
não demoro a encontrá-lo
a sentir
as mãos de quem me espera
mãos tão suaves, tão ternas, tão lisas
e firmes
as mãos de um irmão
amigo
amante
meu coração
pouso
no chão
macio que lá existe
e o abraço com força
não
eu não preciso abrir os olhos
eu já o conheço há tanto tempo
tanto tempo
abraçamo-nos felizes
sentindo um o cheiro do outro
o tempo para
a saudade some
somos só nós
em paz
em paz
deitamos n'alguma lugar flutuante e tenro que nos esperava
ouvimos o canto de seres celestes
gigantescas e brilhantes medusas
balançando suas vestes
e ficamos, sim, a sentir nossa pele
a nossa epiderme
arrepiando-se
feliz
como quem diz
você finalmente aqui
aqui
você
aqui
ah,
mas mesmo a mais linda melodia chega ao fim
ao fim
quando eu subir de novo
à superfície
ele me acompanhará
sentindo
sofrendo
a distância surgir entre nós
mais uma vez
e eu ouvirei por muito tempo
o seu triste e melancólico assovio
a me chamar
a me dizer palavras de paciência
a me ensinar a amar e a esperar
esperar
esperar
o tempo em que mergulhar
não será mais necessário
terei voltado para o Mar.
mergulho dentro de mim
tão
delicadamente
que o faço como se estivesse a tocar um copo d'água
com a ponta dos dedos
mergulho
o barulho
de pingos d'água
bolhas de hidrogênio
os meus olhos fechados
só oiço então
os sons leves
sons doces
em sublime harmonia
a balançar como quem beija um filho
as paredes de éter, as cortinas fluídicas
do meu ser balançante
mergulho
sussurros vêm de algum lugar
uma voz muito querida
dizendo baixinho palavras de amor
mergulho
mais fundo
um pouco mais
em busca de mim e de paz
mergulho
não demoro a encontrá-lo
a sentir
as mãos de quem me espera
mãos tão suaves, tão ternas, tão lisas
e firmes
as mãos de um irmão
amigo
amante
meu coração
pouso
no chão
macio que lá existe
e o abraço com força
não
eu não preciso abrir os olhos
eu já o conheço há tanto tempo
tanto tempo
abraçamo-nos felizes
sentindo um o cheiro do outro
o tempo para
a saudade some
somos só nós
em paz
em paz
deitamos n'alguma lugar flutuante e tenro que nos esperava
ouvimos o canto de seres celestes
gigantescas e brilhantes medusas
balançando suas vestes
e ficamos, sim, a sentir nossa pele
a nossa epiderme
arrepiando-se
feliz
como quem diz
você finalmente aqui
aqui
você
aqui
ah,
mas mesmo a mais linda melodia chega ao fim
ao fim
quando eu subir de novo
à superfície
ele me acompanhará
sentindo
sofrendo
a distância surgir entre nós
mais uma vez
e eu ouvirei por muito tempo
o seu triste e melancólico assovio
a me chamar
a me dizer palavras de paciência
a me ensinar a amar e a esperar
esperar
esperar
o tempo em que mergulhar
não será mais necessário
terei voltado para o Mar.
o sol e o garapuvu
desce etéreo e fugaz
no límpido ocidente
o carro de Apolo
majestosamente brilhante
em forma de cruz
no chão, filho de Gaia recente,
sonha o garapuvu adolescente
um dia tocar e compreender
tamanha luz
segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016
Poeminha de S. Valentim.
S. Valentim,
eu sei, o amor está por toda parte,
e nasce
verdadeiro na caridade e não na libido,
mas em verdade,
eu te peço, por todos os meus dias já sofridos,
dá-me um amor leve,
mesmo que breve,
mas eterno enquanto durarem os beijos e a dança dos
corpos for agradável e bonita.
Não me negues o que te peço,
em troca não te darei flores ou postarei selfies,
cuidarei desse amor como se cuida de um delicado jasmim,
e quando ele acabar, prometo,
não chorarei nem pedirei outro amor para mim,
não antes de chegar outro dia de S. Valentim.
***
eu sei, o amor está por toda parte,
e nasce
verdadeiro na caridade e não na libido,
mas em verdade,
eu te peço, por todos os meus dias já sofridos,
dá-me um amor leve,
mesmo que breve,
mas eterno enquanto durarem os beijos e a dança dos
corpos for agradável e bonita.
Não me negues o que te peço,
em troca não te darei flores ou postarei selfies,
cuidarei desse amor como se cuida de um delicado jasmim,
e quando ele acabar, prometo,
não chorarei nem pedirei outro amor para mim,
não antes de chegar outro dia de S. Valentim.
***
quinta-feira, 28 de janeiro de 2016
a primavera
as flores da paz que precisas
estão dentro de ti
encontra, assim, as sementes de luz divina
e as rega com cuidado e amor
verás a luz
e sentirás o perfume
no teu jardim que só crescerá se o partilhares
com os outros
o mundo há de deixar de ser campo de guerra
quando os homens e as mulheres
cientes da vida eterna
vencerem o seu egoísmo e espalharem
a caridade por toda a Terra
e saberão que do seu livre arbítrio dependem
estão dentro de ti
encontra, assim, as sementes de luz divina
e as rega com cuidado e amor
verás a luz
e sentirás o perfume
no teu jardim que só crescerá se o partilhares
com os outros
o mundo há de deixar de ser campo de guerra
quando os homens e as mulheres
cientes da vida eterna
vencerem o seu egoísmo e espalharem
a caridade por toda a Terra
e saberão que do seu livre arbítrio dependem
o seu destino e a sua sorte
não mais temendo nem mesmo a morte
pois saberão que ela nada mais é
que breve retorno à pátria do espírito
terá lugar em todo o globo
uma nova era
gigante e verdadeira primavera
quando finamente tiver nascido
nos corações humanos o Cristo prometido!
não mais temendo nem mesmo a morte
pois saberão que ela nada mais é
que breve retorno à pátria do espírito
terá lugar em todo o globo
uma nova era
gigante e verdadeira primavera
quando finamente tiver nascido
nos corações humanos o Cristo prometido!
***
C, Berndt
quinta-feira, 21 de janeiro de 2016
segunda-feira, 18 de janeiro de 2016
tento
em vão
afogar-me na chuva e na solidão
que narciso faz cair sobre a cidade
todos os rostos estão presos
aos seus reflexos nas telas dos iphones
o meu telemóvel caiu no chão
eu dei um grito de alívio
agora caminho só
não há espelhos nem
poças d'água limpa
em vão
afogar-me na chuva e na solidão
que narciso faz cair sobre a cidade
todos os rostos estão presos
aos seus reflexos nas telas dos iphones
o meu telemóvel caiu no chão
eu dei um grito de alívio
agora caminho só
não há espelhos nem
poças d'água limpa
nenhum rosto reflete o meu
narciso me bloqueou
não posso mais brincar do seu joguinho
voa livre
meu coração
10/01/2016
narciso me bloqueou
não posso mais brincar do seu joguinho
voa livre
meu coração
10/01/2016
Assinar:
Postagens (Atom)