domingo, 2 de dezembro de 2012

O guarda-roupa e as estrelas.


deixo o papel,
amoleço a mão e abandono a caneta.

Tenho de dizer olá à noite!
ao anoitecer,
os minutos crepusculares
que sempre me causam esta dolência,
este pesar nas pálpebras da alma
- uma dor que lateja bem fundo, sabe?
que vem não sei d'onde e nem porquê...
Uma vontade de rir e chorar,
uma angústia apertada
que me faz querer correr pr'a dentro...
dentro de mim?

Procuro o guarda-roupa da sala vazia,
lugar secreto, onde escondo os meus versos.

É assim desde que sou muito pequeno
- debruçado sobre a janela,
palpitante como a noite que se desfia,
contando estrelas,
crente de que as histórias que elas cantam
são ouvidas só por mim.

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