domingo, 2 de agosto de 2015

ÀS VOLTAS

às voltas

espirais sobre o teu corpo-fantasma

avenidas desertas e um cão noturno
a latir
música para meus ouvidos


sinal vermelho ou sinal verde
não importa, não há ninguém nesta via

às voltas sobre mim

palavra encanto
que ainda reverbera
feitiço
ou porta sem chave para ser fechada

espera

a mentira é uma inexatidão, Ricardo Reis, eu sei

às voltas sobre um cadáver que não existe, abutre

braço amputado que coça, formiga,
que se ergue para te tocar

fadiga.

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