o poeta não escreve para dizer bonito,
para ser sublime ou para ouvir
os outros a dizer
que debaixo de seu chapéu de poeta
estão escondidas belas e raras palavras.
o poeta escreve para curar velhices,
para reamolecer as juntas
e acotovelar casmurrices.
Escreve, sim, para dilatar a pupila
como fazem os miúdos
diante de uma borboleta que se descasula.
a sublimidade do poeta
está em voltar a vestir a jardineira azul de sua infância
e ir buscar nos jardins-do-mundo
os (des)sentidos
que colorem
e resemeiam a vida.
Nenhum comentário:
Postar um comentário