segunda-feira, 7 de maio de 2012

Naufrágios

Há dias em que
esta chuva fina e insistente
 consegue mesmo encobrir a tudo,

Os meus sonhos,
o meu pouco e leve sorrir,
cobrem-se, de névoa,
de preto,
fogem porque há medo,
todos os espelhos e todas as janelas
são ameaçadoras.

Não há gota d'água que pareça pequena,
nem suspiro que acalme meu corpo,
nem canção que me leve daqui.

Há, sim,
um pequeno quarto escuro,
que navega sob uma minúscula
luz de abajur,
onde ouve-se pingar na janela
um pouquinho de tristeza,
um pouquinho de solidão.

Há dias tão pequenos
e cheios de brumas
que meus sonhos não são nada,
não fazem luzir qualquer luz,
o futuro parece tão tão distante,
ondas atingem a tudo revoltosas,

vem, vem, marinheiro,
salvar meu barco do naufrágio!





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