sexta-feira, 2 de março de 2012

Algibeiras



Andando assim,
de mãos nos bolsos,
olhei quieto para o céu, como sempre me vejo fazer.

Gosto. Gosto de ver o azul do céu
 diluir-se, desfiar-se, pouco a pouco,
tornar-se estrelas, lua e cometas.


Cometas,  constelações,
desenhos estes que inventaram os gregos, 
os povos do Nilo, os antigos. 

Quiçá. 
Quiçá estas gravuras imaginárias
 digam mais de mim do que suponho
 e sonho...
 De mim, de ti e de nós...

Que sei eu de cometas e luzes 
e buracos negros?
Pouco.
Mas sei que estão também dentro de mim.

Que sei eu de futuro e de mãos?
Faltam-me.
Faltam-me outras mãos,
amigas, 
que me tirem cá das algibeiras;
Dos sonhos e talvez do céu. 


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